A Expansão Marítima

A Expansão Marítima ou Grandes Navegações (Séc. XIV-XVII)

Início do processo de globalização - estados modernos Europeus se lançam ao mar, encontrando novos territórios e culturas, assim se inicia o processo de ligação econômica e cultura pelo mundo.

Causas:

-Mercantilismo - colonialismo - havia um grande comércio entre Europa Ocidental e o Oriente, a Itália por ser a grande atravessadora dos produtos, enriquece, cobrando altos preços para atravessar os produtos, então os outro países da Europa Ocidental procuram um nova rota para o Oriente, uma vez que o Mediterrâneo já era monopolizado pela Itália.

-Necessidade de metais preciosos para cunhagem de moedas, indispensáveis ao desenvolvimento comercial.

-Busca por novas áreas fornecedoras de mercadorias que abastecessem o mercado europeu.

-Avanço tecnológico - responsável pela melhoria das condições de navegação (elaboração de mapas, aprimoramento de instrumentos de orientação, construção de embarcações mais rápidas e seguras).

-O fascínio pelo Oriente, presente no imaginário europeu da Baixa Idade Média, estimulava a busca da riqueza e do exotismo existentes naquela região

-Tentativa por parte das recém-formadas monarquias portuguesa e espanhola de romper o monopólio comercial que as cidades italianas, como Veneza e Gênova, impuseram sobre os produtos orientais.

-Centralização política, imprescindível aos empreendimentos marítimos na medida em que somente um poder forte e concentrado seria capaz de assegurar os recursos necessários às viagens, bem como assegurar o domínio sobre as terras descobertas.

*A tomada de Constantinopla, entreposto comercial entre o Oriente e a Europa, pelos turcos otomanos em 1453, acelerou o processo expansionista. Ao interromper os contatos mercantis entre Oriente e Ocidente, obrigou os europeus a buscarem uma rota alternativa ao comércio de especiarias.

Portugal pioneiro durante a Baixa Idade Média:

-Privilegiada posição geográfica;

-Desenvolvimento das técnicas de navegação, sobretudo após a fundação da Escola de Sagres.

-Navegações patrocinadas por uma burguesia forte e com disponibilidade de capitais para a empresa marítima, comandadas pela nobreza e com o apoio do clero, pois buscavam reinos cristãos.

-Paz interna e externa.

-Centralização política em mãos do rei.

Cronologia:

-Conquista de Ceuta pelos portugueses (1415) - marco inicial da expansão ultramarina européia.

-Périplo africano pelos navegadores portugueses – tentaram contornar o continente negro para alcançar as Índias, fundando ao longo da costa africana, feitorias, pontos do litoral onde eram construídos fortes, responsáveis pela defesa da região e onde se realizava o comércio com os nativos, visava exclusivamente a ocupação do território, garantindo, assim, a sua posse e a obtenção de lucros através de trocas de produtos existentes na região conquistada. A colonização, portanto, não estava entre os objetivos dos portugueses, na África.

-Conquista das ilhas atlânticas (Madeira, Açores e Cabo Verde) (Dec. 1420) - portugueses iniciaram o processo de colonização através do cultivo da cana-de-açúcar.

-Bartolomeu Dias ultrapassa o Cabo das Tormentas/da Boa Esperança (1488) - abrindo caminho para que, dez anos depois (1498), Vasco da Gama chegasse a Calicute, na Índia.

-Cristóvão Colombo chega à América (1492) - patrocinado pela Coroa Espanhola, depois de navegar em direção ao Ocidente.

*Bula Intercoetera (1492) - descoberta de novas terras a oeste da Europa provocou grande disputa entre as potências marítimas ibéricas, exigindo a intervenção do papa Alexandre VI que determina a divisão do planeta em duas partes: a 100 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde seria traçada uma linha imaginária; as terras localizadas na parte oriental caberiam a Portugal, enquanto que as situadas na oriental pertenceriam a Espanha. O que não agradou ao rei de Portugal, pois os navegadores portugueses já haviam dado conta da existência das terras da América do Sul.

*Tratado de Tordesilhas (1494) - após negociações diplomáticas ficou acertado que a linha imaginária seria traçada a 370 léguas das ilhas de Cabo Verde. O que assegurou a presença portuguesa no recém descoberto continente americano.

-Descoberta do Brasil (1500) - o rei português, D. Manuel, organizou uma poderosa esquadra que se dirigiu às Índias, percorrendo a rota inaugurada por Vasco da Gama. A embarcação, comandada pelo navegador

Pedro Álvares Cabral, afastou-se da costa africana em direção a oeste e em 22 de abril de 1500, avistou terra. Após rápido desembarque, suficiente para oficializar a posse sobre o novo território, Cabral seguiu viagem em direção ao Oriente. Uma nau, no entanto, retornou a Portugal para dar a notícia ao rei.

Navegações Inglesas, Francesas e Holandesas:

-Expansão marítima mais de um século depois dos ibéricos em razão das guerras, ausência de centralização política, inexistência de uma forte burguesia, entre outros fatores, foram responsáveis pelo atraso dessas nações nas grandes navegações. Os navegadores das outras nações européias tiveram que se contentar em explorar o Atlântico Norte, sendo responsáveis pela exploração e ocupação da América do Norte.  A Pirataria foi uma atividade desempenhada pelos ingleses e franceses.

-França - 1524: Giovanni Verrazano, italiano ao serviço da coroa francesa, explora o vasto litoral leste da

América do Norte; - 1534: Jacques Cartier, navegando pelo rio São Lourenço, explora a região onde, atualmente, se localiza o Canadá.

-Inglaterra - 1497: Giovanni Caboto, navegando sob o patrocínio da Inglaterra, atingiu o norte do continente americano (Canadá) - 1577: Francis Drake, pirata famoso, realizou sua segunda viagem de circunavegação, assaltando inúmeras embarcações.

-Holanda - 1609: Henry Hudson, inglês navegando a serviço da Holanda, descobriu o rio Hudson, nos Estados Unidos.